Dom a serviço do próximo

Médicos voluntários da Pastoral da Saúde colocam seu conhecimento e profissão à disposição dos mais necessitados

No dia 18 de outubro comemora-se o Dia do Médico. Além de uma profissão, uma missão. Salvar vidas, aliviar a dor ou trazer um conforto aos que sofrem. A Pastoral da Saúde da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro existe há mais de 20 anos e tem por finalidade atender pessoas carentes que trabalham nas proximidades e não possuem condições de pagar por um atendimento ou não o tenham conseguido no Sistema Único de Saúde (SUS). Além dos nove médicos que servem atualmente, há nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo e também voluntários que fazem visita domiciliar aos doentes, além de visitas aos pacientes no Crefes, Hospital Praia da Costa e casas de repouso.

Maria Nazareth do Nascimento Gomes, 60 anos, frequenta a comunidade Perpétuo Socorro, é ginecologista e obstetra, e serve há 17 anos na pastoral. “Sempre me doeu o coração ver pessoas sofrendo por falta de atendimento, com doenças que se agravam e que poderiam ser evitadas. Mesmo antes de entrar na faculdade sonhava em fazer esse tipo de serviço. Amo participar da pastoral. Para mim é minha grande missão, não acho que sou médica por ser, minha vontade de tentar diminuir o sofrimento é muito grande, fazer o outro mais feliz”, conta ela.

A pediatra Alcione participa da pastoral há cinco anos e também dá assistência à creche Lar Frei Aurélio Stülzer, na Paróquia Bom Pastor, desde 1995

Pediatra aposentada desde 2011, Alcione Soares Teixeira trabalha atualmente na clínica Samp de Vila Velha e como voluntária na Paróquia Perpétuo Socorro desde 2012 e também dá assistência à creche Lar Frei Aurélio Stülzer, na Paróquia Bom Pastor, em Itapuã, desde 1995.  Quando questionada sobre as motivações que a fizeram servir na pastoral da saúde ela conta: “Eu desejava fazer um atendimento ambulatorial como o que é oferecido na Pastoral da Saúde. Desde que optei pela medicina, aos 14 anos, tinha um forte desejo de ajudar pessoas doentes, sobretudo as mais carentes. Sinto que estou realizando uma pequena missão diante de tantas graças que Deus me proporciona”.

Paroquiana desde 2009, Rosely Fagundes Madeira, 51 anos, é otorrinolaringologista. Trabalha em seu consultório particular e, mesmo assim, há três anos reserva um tempo na agenda para a pastoral. “Para ajudar um pouco aos que precisam de atendimento e não têm condição financeira, senti necessidade de servir! Queria fazer algo a mais, minha participação é pequena, mas se todos doarem um pouco de seu tempo, será muita ajuda para quem precisa. Acredito ser importante todos que sentirem vontade ajudarem em alguma pastoral, pois a messe é grande e os trabalhadores são poucos”, diz.

Dra Daniele foi motivada a servir após uma homilia que exaltava a importância de doar seus dons à comunidade

Quem também atendeu ao chamado para colocar seus conhecimentos a serviço do próximo foi a reumatologista Carolina Zorzanelli Costa, 34 anos. Paroquiana desde 1993, há um ano passou a integrar a Pastoral da Saúde. Ela conta que quando fazia catequese via os médicos atenderem na pastoral e doando um pouco de seu tempo aos mais necessitados. “Sempre pensei que, se fosse médica, gostaria de fazer o mesmo. Acho muito gratificante poder ajudar um pouco com o dom que Deus nos confiou, a quem não tem condições de ter atendimento pago ou mesmo pelo SUS, já que a fila de espera às vezes chega a cinco anos. Considero que nossa vida aqui na terra é passageira e doar um pouco do que tivemos a oportunidade de aprender é o mínimo que podemos fazer ao nosso próximo”, afirma.

Daniele Tozo da Silva tem 37 anos e frequenta as comunidades Santo Antônio e Santa Luzia há três. Psiquiatra, assim como Carolina, ingressou na pastoral há pouco mais de um ano. De acordo com ela, a motivação para servir veio em uma homilia do Padre Anderson, na qual ele falou da importância de doar os dons a serviço da comunidade. “Minha especialidade médica vinha em escassez na rede pública e via muitos pacientes em sofrimento por não conseguir tratamento. Percebi que poderia ajudar pelo menos algumas pessoas. Os quadros psiquiátricos geram muitas vezes geram incapacidade ao trabalho e dificuldade nas relações interpessoais. Acredito que minha participação ainda é muito pequena frente a uma demanda tão grande, mas considero ser missão de todo cristão ajudar ao próximo”, conclui.

Amor que cura

Médicas experientes, Rita e Rejane afirmam amar o que fazem e que se sentem realizadas com o servir

Com 28 anos de experiência, a endocrinologista Rita Cesquim mudou-se há três anos para Itapuã e passou a frequentar a comunidade Nossa Senhora de Guadalupe. Mesmo assim, não deixou seu atendimento voluntário na Perpetuo Socorro. “Tenho grande amor pelo que faço!”, diz. Além de atender seu consultório, ela atua numa clínica popular em Terra Vermelha. “Sempre me preocupei com as pessoas carentes e tive a oportunidade de escolher uma profissão que pudesse me dedicar um pouco a elas. Acredito que cada um tem uma missão na vida, que não podemos simplesmente passar por aqui. Deus me deu essa missão e quero cumprir até quando puder”, acrescenta.

“Sirvo há um ano na pastoral, iniciei após o encontro de casais. A minha participação me completa, desde que comecei me faz um bem imensurável. O que faço não é uma missão, e sim retribuição, gratidão a Deus por tudo. Acho que minha participação na pastoral me ajuda muito mais que aos pacientes, pois fortalece minha fé. Ouvi em uma pregação que de nada vale a fé sem obras, então, tento melhorar minha fé e minha obra, pequena, mas uma casa ou um castelo começam com um único tijolo, então, quero colocar o meu tijolo na obra de Deus”, conta Tannous Jorge Sassine, 38 anos, ortopedista.

Maria das Graças Aguiar Zamprogno é neurologista, trabalha na pastoral há três anos e também faz trabalho voluntário na Associação Pestalozzi de Vila Velha. “Sempre acreditei que todos temos que nos doar, principalmente quando escolhemos uma profissão em que servir ao próximo é a maior missão. Acredito que minha participação contribui, por pouco que seja, para minimizar o sofrimento dos que nos procuram!” diz.

Aos 49 anos, a ginecologista e obstetra Rejane Maria Cavalcanti conta que desde criança via seus pais ajudando as pessoas e quis seguir o exemplo. “Tento fazer esse trabalho social da melhor maneira possível, fazendo uma anamnese e exame físico completos, como se fossem minhas pacientes de consultório. Na maioria das vezes, saio da pastoral muito feliz, porque muitas pacientes são gratas e falam palavras que me impulsionam a continuar. Uma das finalidades das missões é propagar o bem. Acho que tento fazer isso”, fala feliz.

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